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SOBRE A VIOLÊNCIA NO PAÍS (I)
Publicado dia:31/08/2017
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Há algumas semanas li um artigo em que uma renomada revista nacional entrevistou diversos brasileiros que se mudaram para Portugal. Entre as principais razões que os levaram a emigrar para esse país irmão que, segundo a definição de um dileto amigo já falecido, só é separado do Brasil pela língua, o principal motivo alegado, para além das facilidades que ora estão sendo oferecidas, é a tranquilidade com que se pode viver lá. Sem essa violência que campeia em todas as regiões e em todas as cidades, ou no campo.

Um artigo do Correio Braziliense, desta semana, aborda o tema e faz uso de estatísticas que apontam as cidades do entôrno do Distrito Federal, como Luziânia, Valparaíso, Novo Gama e o próprio DF como localidades de elevadíssimo índice de criminalidade, rivalizando, mesmo, com os países de mais elevado indicador de assassinatos por 100.000 habitantes, como Honduras.

De fasto, segundo explicação dada pelo prefeito de Luziânia, há problemas de ordem estatística, segundo ele, pois, por razões administrativas do estado de Goiás, os crimes cometidos em uma série de cidades da região são registrados e contabilizados como se houvessem sido praticados em Luziânia.

Em busca de uma linha objetiva para se discutir o assunto, várias pessoas ligadas à questão de segurança foram entrevistadas, secretários, consultores, especialistas diversos, os quais deram suas respectivas opiniões. Mas, verifica-se um lugar comum em todas as explicações: culpa-se a ausência do poder público, por omissão, incompetência ou por corrupção, nas áreas consideradas como de fragilidade social, como se isso fosse o ponto de partida de toda a violência que se observa no país.

Mas, é estranho como, sabendo-se que o mundo, o continente, o país, as sociedades e os fenômenos sociais têm uma dinâmica, desde a sua origem, seu crescimento e solidificação assumem, quer queiramos, quer não, uma estrutura sistêmica, os problemas analisados são colocados com a omissão do maior fator determinante e responsável pela sua ocorrência: o ser humano.  

A violência que grassa no país e no mundo, porém, com maior ressonância para nós, os brasileiros, tem um ponto de partida óbvio. E, por mais que seja importante o estado prover os serviços públicos de segurança, justiça e um sistema penitenciário mais eficiente e seguro, isto não irá trazer grandes resultados em termos de aumento da segurança pública. Essas providências serão o equivalente ao processo de “enxugar gelo”, quer dizer, um trabalho insano, inglório e que nunca se acaba. Digo isto porque a origem do problema está no ser humano, que precisa ser trabalhado, desde a infância e acompanhado, durante a sua formação, com vistas a repelir de sua personalidade, a tornar-se infenso a ela, a violência, substituindo-a pelo respeito à vida e à propriedade alheias, assim como ao meio-ambiente e às leis em geral.

Disse um promotor de justiça norte-americano, tentando confortar um colega que estava frustrado pelo resultado de seu trabalho em uma comunidade afro-descendente de uma cidade americana: “Meu amigo, tenha calma, essa violência que observamos somente deixará de existir, ou será bem mitigada, quando os pais resolverem ser efetivamente pais, educando e corrigindo os seus filhos e, na ausência deles, o estado tomar as devidas providências para suprir essa ausência”.

Assim, como disse uma vez o padre e filósofo jesuíta Teillard de Chardin: “ O ponto é o homem”. Assim, se tivermos o homem formado e educado corretamente, nem precisaremos de leis, poderemos viver dentro de uma sociedade verdadeiramente anárquica, no seu sentido mais puro, em que ninguém precisará fiscalizar ou controlar ninguém.

Acadêmico CARLOS ALBERTO RODRIGUES - Cátedra 152

 




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